sexta-feira, 8 de outubro de 2010

'Ó pátria amada, idolatrada, salve, salve!' Será?

Sento-me no parapeito da janela e vejo um misto de vermelho e azul cobrindo nossas cabeças. O que penso? Serra e Dilma! Qual dos dois sumirá primeiro? O vermelho do por-do-sol (ou seria inferno?) ou o azul do céu?
Coisa feia é a disputa presidencial deste ano. Nunca vi cidadãos tão mal informados. Agora que tudo leva o nome de “reforma”, os pobres-coitados acham que a casa deles também passará por isso. E você acha que a Dilma vai se preocupar com sua casa, meu filho? Nem pensar! Ela está se preocupando é com a Reforma Ortográfica, tirando o acento de “ideia” e colocando o assento em seu jato particular - herdado do atual presidente. Já comigo é ao contrário. Vou para o assento a fim de tirar ideias desta frequente mente.
Enquanto ando pelas ruas da cidade, sinto a brisa bater em meu rosto e logo fujo. Disparo rumo ao desconhecido. Aproveitando o vento que me lança à frente, me escondo dos políticos e guardo um pouco de ar dentro de um pote, sem que ninguém saiba, afinal, Serra disse que a energia eólica pode acabar. Estimado candidato, o vento, por acaso é esgotável? Na dúvida, começo uma coleção de ventos para mostrar aos meus filhos, caso isso venha a acontecer.
Tenho medo de colocar mais gente neste mundo, confesso. As crianças cada dia pedem coisas mais absurdas e mais caras. Mas no preço da maçã, no preço do pão, dá pra comprar alguma coisa que entre na listinha de “supérfluos”? Descobri que as pessoas que votaram na Dona Weslian pretendem investir todo o salário mínimo que ganham em gado, sabia? Pois é, comprarão 2 kg de carne. E carne de panela, ainda por cima. Afinal, é o que se pode fazer com os míseros reais que esses eleitores desinformados recebem.
Você deve estar pensando: ‘quem esse moleque pensa que é para falar de política?’. Realmente, não sou ninguém. Não faço parte de um grupo relevante que se reúne para discutir assuntos como este. No entanto, com minha consciência de cidadão quero que o Brasil tenha, de verdade, ordem e progresso. Espero ainda, que os eleitores de hoje e eu, possamos ser considerados um povo heroico após ouvirem nosso ‘brado retumbante’, em busca de um país melhor.
Paulo Pimenta

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fica comigo esta noite.

Me entrego ao cansaço e decido que irei dormir. Desligo o computador e me despeço de meus 'cyberamigos'. Vou à cozinha, pego um copo e o encho com bastante água gelada. Enquanto o copo enche, perco-me em meus pensamentos até perceber que a água transbordou o copo.
Recolho meus pertences: celular, fone de ouvido, caderno e estojo e encaminho-me para o quarto. Hoje o quarto é só meu, meu irmão não está aqui e, provavelmente, dormirá na casa de alguma mulher que aceitou seu déficit de beleza e superávit de azaração.
Solidão? Liberdade? Eu diria T-R-A-N-Q-U-L-I-D-A-D-E. Devemos tentar aprender a viver sozinho, depender dos outros sempre não é o mais indicado e além do mais, é na solidão que nos encontramos - como agora, por exemplo, que eu, prestes a dormir, gastei 15 linhas para contar o que fiz em dois minutos e meio.
Mas por favor, nunca se esqueçam que solidão demais endurece e dilacera o coração
.

Paulo Pimenta

sábado, 4 de setembro de 2010

Eu reclamo, tu reclamas.

É, setembro chegou! As dificuldades e frustrações foram deixadas pra trás no impiedoso agosto. As pessoas até tentam, eu sei que tentam, mas o mês oito, sem nenhum feriado, sem nada-de-bom, é mesmo digno do nosso respeito? Aquele calor, aquela secura...
Mas o importante mesmo é que o atravessamos sem grandes perdas e desesperos.
Preste atenção: setembro bate à sua porta trazendo para você a lembrança de que sua listinha de planos feita no Reveillon tem apenas mais três meses para ser cumprida! Cuidado!
Dia desses estava pensando em como somos insatisfeitos. Os adjetivos com sentido negativo utilizados no início do texto foram apenas para que minha afirmação tivesse uma base.

- Menina do céu, não aguento mais esse clima seco. Meu nariz sangra todo dia, todo mundo fica suando no ônibus cheio, é um terror!
- Nossa coração, nem eu. Essa tal de “humildade” relativa do ar tá baixa mesmo né? Vi no DFTV de hoje. Que coisa né.
- Pois é. Lá em casa eu deixo os menino tudo se “banhá” de mangueira. Toda hora eu falo pra eles molharem a cabeça por causa do sol na muleira.
- Ainda bem que setembro já tá chegando e a seca vai embora de vez. Vem aquela chuva boa pra gente dormir gostoso.

Aí meus amigos, a época de chuvas, enfim, chega. E o que as pessoas fazem?

- Amiga você viu o tanto de estrago que essa chuva tá causando? Onti mesmo lá perto de casa uma árvore caiu em cima de um carro.
- Minha irmã, deixa eu te contar da maior. Tava eu, toda bonitona indo trabalhar de manhã, chovendo, aí todos os lugares que eu tinha que passar tavam cobertos de lama, me sujei todinha!
- Ixe! E o filho da patroa que bateu o carro por causa da pista molhada.
- Rum! Pior aconteceu comigo. Eu tava no ponto de ônibus e não me cabia lá dentro, fiquei ensopada! Fiquei indignada, esse governo não faz as coisas direito.

Quer saber mesmo o que nós somos? MAL AGRADECIDOS.
Gostamos mesmo é de reclamar, parece que está em nossa essência.
As pessoas, com a chuva, ficam menos amigas e hospitaleiras. Fecham a cara por tudo. Fazem aquela cara-de-metrô onde quer que estejam: olham fixamente pra frente, não dão abertura, não pensam em ajudar e só querem chegar ao destino final.
É como se elas achassem que fossem ficar molhadas para sempre. Como se a água que cai sobre elas, as penetrasse e as enchesse de sentimentos individualistas.
Mas a verdade é cada um carrega um pouco de sol dentro de si. Cada um espera apenas que a escuridão vá embora e deixe o clarão aparecer. Enxergar com os olhos do coração é a única maneira de deixar-se iluminado. As pessoas podem ser aquele sol da manhã, bem fraquinho, ou aquele sol de meio dia, super intenso. Basta que em seus âmagos, elas se deixem levar pelos astros dos bons ventos.

Paulo Pimenta

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Prazo de Validade

Produto: Paulo Henrique Pimenta da Silva
Data de Fabricação: 01/02/1992
Lote: Século XX
Data de Validade: Só/Deus/Sabe

Desculpem-me pela comparação de minha pessoa a um produto. Não, não o sou.
É que, na verdade, tantas coisas aconteceram nesses últimos dias que eu fiquei pensando se estaria eu, perto do vencimento.
Já passei por muita coisa nesses poucos – mas bem vividos – 18 anos. E foi a partir dessa afirmação, que veio como um furacão à minha cabeça, o surgimento da pergunta “O que mais acontecerá em minha vida?”, seguida da conclusão “Ah sim, já sei”.
Conversando sobre universidade com a família, esparramados pelo sofá de casa, minha irmã, minha mãe e eu vimos que pensamos um pouco diferente. Minha mãe me disse que quem tem Jesus no coração consegue tudo o que quer. Questionei-a, quase que agressivamente, dizendo: “Então quer dizer que quem é ateu não passa em vestibular, e vira um fracassado é?”. Minha irmã concordou comigo. Ponto pra mim. Não chegamos a uma conclusão, os pensamentos são muito diferentes. Acredito que mamãe tenha apenas se expressado mal, compreendo.
Você deve estar se perguntando qual é a relação desse último parágrafo com o título do texto, né?
Ok, vamos lá.
Pergunto-me o que Deus tem reservado para mim. Pergunto-me ainda por que Ele confia tanto em mim e me dá tudo o que quero. Será que é porque deposito tudo em Suas mãos? Ou será porque meu prazo é curto?
Façamos, pois, para melhor entendimento da situação, uma linha do tempo e daí veremos se tenho motivo ou não para tal preocupação. (rimou, argh!)
1992: Nasceu no primeiro dia do mês de fevereiro.
1998: Ingressou, aos 6 anos, na turma da 1ª série do Ensino Fundamental
2001: Começou a escrever um livro com os amigos. “Histórias Cruzadas”. Sim, usávamos pseudônimos.
2002: Fez 10 anos e já estava na 5ª série.
2003: Perdeu o pai.
2005: Terminou a 8ª série.
2006: Foi pro Ensino Médio.
2008: Completou o 3° ano do Ensino Médio e sabia do seu futuro.
2009: Fez intercâmbio/ Começou a faculdade de Jornalismo/ Começou a Faculdade de Letras/ Conseguiu seu primeiro estágio/ Consolidou amizades antigas e firmou novas.
2010: O 18° aniversário foi comemorado/ Teve grandes momentos e uma super viagem com os amigos/ Foi pro seu segundo estágio/ Foi pro seu terceiro estágio/ Foi pro seu quarto estágio/ Deixou de ser estagiário e foi contratado como repórter de um jornal da cidade/ Passou para o curso de Comunicação Social na Universidade de Brasília.
Ufa! Fora aquilo que me fez mal e que me obrigou a levantar muitas vezes.
Esse seria um ciclo de vida completo, não? Criar uma família não está em meus planos; plantar uma árvore também não. Já posso morrer? NÃO!
Cadê o Paulo Pimenta com um microfone em mãos à frente de uma câmera de TV? Cadê o Paulo Pimenta desfrutando dos prazeres de morar (nem que por um mês) em Nova Iorque? Cadê o Paulo Pimenta, em sua festa de formatura dançando valsa com sua mãe? Cadê o Paulo Pimenta morando sozinho preparando uma festa para os amigos (só os íntimos, desculpa, rs) em seu apartamento?

Deus, se o Senhor estiver lendo este meu post, deixe-me ficar aqui por mais MUITOS anos?
Caso seja necessário, pode me chamar para um recall de fábrica, ok?
Mas por favor, duplique meu prazo de validade.
Tenho muito a oferecer a quem me rodeia e tenho muitos sonhos que precisam ser realizados.
Hoje, 26 de agosto de 2010. (224 meses e 26 dias).

P.S.: Não se esqueça de me agitar antes de me usar.
Paulo Pimenta

Falta sentimento.

Tudo bem, já entendi que tenho mais osso do que carne porque preciso ser duro. É como um carma. Duro de dinheiro, duro na queda. Duro. Mas duro assim? Sem nenhum sentimento? O que o coração tem a ver com isso? Me explica daquele jeito que só você sabe? Aguardo resposta.
Paulo Pimenta

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Deixe-me deitar em seu colo mais uma vez; afague meus cabelos.

-“Pai? Pai? O senhor tá aí? Tá me ouvindo?”

Sabe, pai, não sabia como começar a escrever um texto dedicado inteiramente ao senhor – na verdade não sei até agora. As palavras me faltam, as pernas ficam bambas. É uma respiração que vai ficando ofegante e lágrimas que vem com força total mas são barradas antes de cair por minhas bochechas.
Esse último Dia dos Pais foi um dos mais difíceis desde que o senhor se foi. Minto, ele superou todos os outros em questão de saudade. A intenção, ao escrever este texto, não é emocionar ninguém, tampouco fazer drama do tipo “olha lá 'o-menino-sem-pai'”, aliás, o senhor sabe bem o quanto eu odeio que me vitimem ou me vitimar em relação a isso. A verdadeira intenção de reunir todas essas palavras que vim aprendendo ao longo dos anos aqui, é, acima de tudo, tecer um tapete de palavras para representar a conversa que há muito tempo não temos.
Acho que daí de cima, você tem acompanhado todas as minhas conquistas e todos os medos que vêm me assombrando por tanto tempo.
Eu gostei de te visitar no último sábado. Tava triste. Tirei o dia pra sair sozinho, sem ninguém. Dei férias de mim de 1 dia pros meus amigos. Fiquei pouco tempo, eu sei. Mas ah, valeu à pena pra gente poder trocar umas ideias legais né?! (rs) Falando em amigo, o que o senhor tá achando das minhas novas companhias? Já levei alguns pra te conhecer, e os outros, você deve ter visto por aí, sempre ao meu lado.
A mãe está bem, às vezes ela dá a louca lá em casa, mas é porque tem muita coisa na cabeça dela, né? Coitada. Foi barra pra ela deixar a vida de esposa e assumir a vida de “Mulher da Casa”. Ai ai, complicado.
A Karla está bem, ela é a mais dramática – como sempre né? (risos). Teve um filho, o Iaguinho, ele já foi lá te visitar e ainda é meio confuso com a história do senhor ter deixado a gente.
O Kleber tá bem também. Além da Lili, que já está uma moça e você chegou a conhecer, veio o Guilherme, super carinhoso. Acho que o senhor de divertiria bastante com os meninos. E eu, ficaria com muito ciúme, lógico.
Ah pai, eu estou bem. Terminei a escola aonde o senhor sempre quis e entrei na faculdade. Acho que o senhor iria adorar o fato de eu ter escolhido jornalismo, íamos conversar todos os dias. Vixe, fiz um intercâmbio também (e não adianta negar, sei que teve uma mãozinha aí de cima!). O Canadá é lindo e eu adorei, obrigado. E agora vem o melhor de tudo: estou trabalhando! Consegui um emprego, é emprego mesmo, não é estágio não, num jornal aqui da cidade. Fico imaginando a sua cara de orgulho ao ler minhas matérias, juro que fico. Ei pai, quase esqueci de contar, PASSEI NA UnB, mas calma, não se empolgue, já tranquei... Ah, não dava certo não, o curso de Letras não foi o que eu esperava e eu nem ia ficar me dedicando à toa.
Vezenquando eu fico lembrando daquelas tardes que a gente ficava em casa juntos, fazendo nada, lembra? Das vezes que a gente ia esperar minha irmã em algum lugar e ficávamos fazendo planos caso ganhássemos na loteria. Lembra do cachorro-quente que o senhor fez pra mim? Lembra que não tinha molho também? Rio sempre quando lembro disso. Quando iremos assistir outro jogo do Botafogo no estádio? Quando soltaremos pipa durante uma tarde inteira mais uma vez?
Lembro também do nosso último adeus. O fato vem à minha cabeça como se fosse ontem. Eu, na escada de casa, pronto pra ir pro shopping, e o senhor indo pro hospital, tão grande era a dor que te afligia.

Querido pai, sinto falta de nossas conversas. Sinto falta, hoje, de uma conversa de homem pra homem. Em breve nos encontraremos, enquanto isso, fique tranquilo que os meninos, os meus amigos, estão me tratando super bem e não me deixam faltar nada (quase nada). As pessoas comentam o quanto somos parecidos fisicamente e como minhas atitudes parecem com as suas.
Você foi sim meu herói meu bandido. Você foi quem mais me ensinou. É por causa do senhor que sou esse menino prestativo e preocupado com as pessoas. É também por influência sua que tento abraçar o mundo com meus dois braços e aguentar os problemas de todos em minha cabeça.

Dê um abraço em todos aí.
Se cuida, tá?!
Amo o senhor, saiba sempre disso.

Com amor,

Seu eterno companheiro e maior admirador, Paulo Pimenta.

P.S.: Agora que terminei de escrever esta carta, a lerei para o senhor, pois sei que estás ao meu lado neste exato momento.

Paulo Pimenta

Meu eu que me impede

Todos os dias proponho a mim mesmo aceitar que ninguém é de ninguém. Não é fácil mas eu tento, acredite.

Paulo Pimenta

sábado, 24 de julho de 2010

Militarismo selvagem

Teatro. Não há outra palavra capaz de definir, melhor do que esta, o militarismo no Brasil. Tal conclusão veio após minha ida ao Batalhão para cumprir com a lei e, finalmente, após meu alistamento, apresentar-me.
Cheguei às 06:48h ao local da apresentação. Lá, dezenas de moleques-homens de 18 anos aguardavam, divididos em três filas, para entrar. Escolhi a fila menor e entrei rapidamente. Acho que o portão pelo qual passei, é como a porta do inferno – tive esta sensação. Fazia frio, muito frio mesmo. Vou contar um segredo pra vocês: não aturo pessoas que gritam comigo, tenho enorme repudio delas. Já da pra imaginar o que aconteceu, né? Um soldado (é, essas pessoas que não tem escolaridade, nunca foram superiores a ninguém e acham que têm moral) começou a gritar loucamente, dizendo palavras de baixo calão, tentando colocar medo nos meninos que ali aguardavam. De fato, conseguiu. Fui ficando nervoso, sem saber o que me esperaria mais à frente. Senti-me no Coliseu, onde aquele soldado era um dos leões e eu era um gladiador. Foi como se ele estivesse ali para animar seus outros companheiros de serviço, que, ao fundo, assistiam àquela representação ridícula. Ainda assim, centenas de pais assistiam, de longe, seus filhos – seus agora homenzinhos, vivendo o sonho (?) de servir à “[...] Pátria amada, Brasil.” Pátria amada? Como é possível apreciar um país com um incentivo desses? Jurar a bandeira? Ah, faça-me o favor. Milhares de pessoas queimam e rasgam a bandeira após uma simples eliminação da Copa do Mundo... Infelizmente não fomos nem seremos nunca educados a ser patriotas. Somos patriotas apenas quando o país vai bem.
Passado isso, esses momentos de gritaria, a sacanagem começou. Os nomes dos jovens foram chamados em voz alta, o que dava cartas para os soldados, mais uma vez, serem os atores daquela peça (ao final quase bati palmas, de verdade, de tão boa que foi a atuação deles). Nomes muitas vezes estranhos, cabelos estranhos, roupas estranhas, acessórios estranhos, mas a mesma alma e essência sempre: a de um ser humano, digno de respeito acima de qualquer coisa. Pude ver na face de cada uma das pessoas que viraram motivo de chacota, o ódio, a indignação. Após a bateria de exames e de muita humilhação, a cortina se fechou para uma parte da plateia. O espetáculo que fora iniciado naquela manhã, encerrou-se com a dispensa de alguns sortudos. Eu, graças a Deus, estava nesse grupo. Já era hora deles irem para os alojamentos e ensaiarem mais um pouco para o dia seguinte, acredito.
“Ordem e Progresso” neste país com os militares sendo preparados dessa maneira? Paciência. Se no Reino Unido há a frase “God save the Queen” (Deus salve a Rainha), aqui, para nós, deveria ser “God save the military” (Deus salve os militares). Vamos fazer alguma coisa para mudar nosso país. Paulo Pimenta.

Meus devaneios

Tenho sonhos infinitamente maiores do que eu e projetos absurdamente mais complexos do que minha cabeça. Deixo-os, porém, muito bem guardados em um lugar particular, onde ninguém conseguirá, jamais, encontrá-los. Guardo-os em meu âmago. Lidar com o que parece ser impossível, é complicado, sei bem. Mas não existem coisas impossíveis, né? Na verdade, não sei. Talvez porque eu tenha sido tomado por completo, há alguns anos, por alguns devaneios, que certas pessoas chamam de utopia. Será que acreditar em si é algo tão surreal? Admiro aqueles que têm essa facilidade de “ficar em paz” consigo mesmo. Venho lutando contra a maré de sentimentos e possibilidades que tentam, de alguma maneira, desviar-me daquilo que, hoje, seria minha maior realização. Desse jeito, continuo minha caminhada. Não há tantas pedras ou estradas como já fora citado por alguns tantos poetas em seus textos. Em minha vida, apesar de minha pouca idade, encontro apenas a dificuldade para enfrentar a batalha que me é travada diariamente: Acreditar que, de fato, alcançarei o que tanto almejo com o devido merecimento. Paulo Pimenta

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mais uma vez, por favor.

Disseram-me, um dia, que meu máximo ainda não era o suficiente (e eu tinha certeza de que estava no meu limite). Percebi então, que jamais conseguiria agradar a todos. Depois dessa situação resolvi re-erguer minha cabeça e buscar meu lugar. Por fim, acabei aprendendo que autenticidade e autoestima não se compram, e que para finalmente achá-las é necessário, primeiramente, ser feliz consigo mesmo.

Paulo Pimenta

Dia dos namorados

“Passou! Ufa, ainda bem que acabou o Dia nos Namorados”, - dirão os solteiros.
“Todos os dias deveriam ser Dia dos Namorados” - dirão os casais.
“O quê? Hoje? Dia dos Namorados? Hã?” - dirão os esquecidos (namorados que acham que deveriam namorar todos os dias, porém, sem envolver trocas de presentes).
Porém, além dos presentes e carinhos trocados nesse dia, o Dia dos Namorados é uma data para celebrar acima de tudo a amizade entre as pessoas. O fato, é que sempre é bom lembrar-se da importância de nossos amigos, afinal, eles às vezes, assumem um papel muito mais importante na nossa vida do que aquele paquera ou namoradinha que vive nos dando mais motivos pra chorar do que rir.
Mesmo assim, é sempre bom ter alguém por perto. Ninguém ama ninguém apenas pelas qualidades, caso fosse assim, como diria Arnaldo Jabor, “os honestos e não fumantes teriam uma fila enorme de pretendentes.” As pessoas passam a se amar por alguma coisa que as faça lembrar a sensação de cuidado, de que são importantes, algo que realmente as chame a atenção. Talvez um toque suave, talvez um cafuné que cause arrepio.
Espero que o amor bata à sua porta (à nossa, por que não?), que chegue em um cavalo branco, que saia da televisão ou que venha através de um sapato que esquecemos em uma festa. É hora de buscar amar e ser amado, viver um sentimento sincero, marcado por ações no presente, aliás, esse é outro ponto importantíssimo para um relacionamento saudável. “Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje” é uma frase piegas, mas com um significado extremamente real. Temos mania de deixar as coisas pro dia seguinte e dizer que o futuro só começa amanhã, como se ele fosse algo inalcançável, mas não, o futuro é o “pano” que vestimos a vida. Hoje é o futuro de ontem e o amanhã já está próximo.

Paulo Pimenta

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Bastamos

Eu falo, tu falas, ele não fala. Quero desse jeito - disse. Não há necessidade de uma terceira pessoa em nossa relação.

Paulo Pimenta

Meu garoto

-“Você não pode ser o menininho da mamãe e do papai ao mesmo tempo.” Era o que me dizia uma voz – perturbadora até – desde o dia em que me entendi por gente. Que coisa mais difícil, não? Uma escolha bastante arriscada. Por conta das circunstâncias, acho que me tornei um menino do papai. Meus pais já eram velhos quando me “fizeram”. Trabalhavam bastante, porém, papai estava perto de se aposentar por conta de algumas doenças. Uma das coisas que me fizeram (ou me obrigaram, não sei) a ser dele, foi o fato de, após 14 anos, nascer um filho. Papai era muito sentimento, muita paixão, pensava com o coração sempre. Parecia não ter inimigos e fazia de tudo para agradar os outros. Não havia uma festa na qual não marcasse a presença; podia ter certeza de que não estava fazendo a coisa certa, mas, se naquele momento era a sua vontade, fazia da mesma maneira. Mamãe não era assim. Era analítica, racional, objetiva e tímida. Não gostava de festas ou viagens. Preferia interior à praia; comida caseira a restaurantes sofisticados. Segura de si, aprendera com a vida a ser responsável e a lidar com as adversidades que viessem a surgir.
Papai aposentou-se. Mamãe trabalhava o dia todo. Minha irmã mais velha trabalhava de dia e estudava à noite. Meu irmão estudava de dia e trabalhava à noite. Eu era o único companheiro de papai e ele, lógico, o meu. Jogos de futebol, pipas, shoppings, planejamentos sem pé nem cabeça, eram nossas atividades rotineiras. Papai era teimoso, muito teimoso. Nunca largou a cervejinha diária tampouco aquela droga do cigarro. O que isso lhe rendeu? Além de cateterismo e angioplastia, três pontes-safenas e uma mamária.
E assim foi nossa saga juntos. Durou bastante tempo. Minha mãe, então, resolveu aposentar-se também. Teria agora os dois em casa. Menino do papai ou menino da mamãe? Ai! Quanta dúvida.
E foi na tarde de uma terça feira modorrenta, chuvosa, cinzenta, e fria que mamãe, em meio a lágrimas e incertezas, disse-me: “Vem cá, a partir de hoje você será o homenzinho da mamãe.” Papai havia nos deixado. “Deus o quer junto dele”, me diziam os amigos da família, achando que me confortariam. Tolos. Como assim, eu, um garoto de 11 anos, seria agora o homem da minha mãe, o homem da casa? Quanta responsabilidade! Não estava pronto pra isso. Papai, naquela hora, deveria estar me olhando do céu, com uma latinha na mão, um cigarro noutra, vendo seu Botafogo ganhar e falando sobre mim pro vocô. Eu queria continuar sendo o menininho, queria ser paparicado, queria descer pra jogar bola com meus vizinhos tranquilo, queria tanta coisa, queria ao menos alguém pra que eu pudesse me espelhar.
Virei o menininho da mamãe. Um menininho quase homenzinho, admito. Não tinha mais tempo para tantas baboseiras. Quando se perde um pai, as pessoas ficam em cima de você por algum tempo, acham que você volta a ser um bebê, mas quando se cansam, babau, vão embora e nem olham pra trás.
Ser um menininho da mamãe me privou de muitas coisas e abriu portas pra muitas outras.
Mamãe não gostava que eu andasse de bicicleta fora do condomínio, mamãe não gostava que eu saísse à noite. Sabe aquele medo que só as mães têm? Pois é. É disso que eu estou falando.
Passei a ir a pé para a escola, a viajar sozinho, a comer sozinho, a viver mais por mim mesmo. Mamãe tinha muita coisa pra se preocupar. Mas uma coisa não posso deixar de dizer: o amor que esta mulher me deu supriu todas as minhas carências e dúvidas, foi capaz até de fazer nascer dentro de mim novos sonhos, novos projetos – assim como eu fazia com papai – sabe?
Já fui o menininho dos amigos, mas hoje, aos dezoito anos, vejo que o menininho da mamãe está virando um menininho do mundo. Estou quase adestrado para voar sozinho, estou quase pronto pra deixar que aquele menininho fique preso e estático – como um Peter Pan – no coração de mamãe. Tenho medo do que me espera lá na frente. Mas sei que, assim como a tive na perda de papai e nas tantas outras vezes que caí e ela – não eu – me levantou, ela me fará sonhar e lutar para que minha felicidade reine sempre, por todos os dias da minha vida.

Paulo Pimenta

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mania de ser livre

Já não se faz mais necessário que digam qual caminho devo tomar ou o que devo fazer. Meu destino, a partir de agora, é incerto. Paulo Pimenta

Disseram que seria pra sempre

Faz tempo que venho refletindo e observando o que é a amizade. É muito fácil falar que sabe o que significa ou que fulano é um bom amigo. Recorri, pois, ao grande e inesquecível “pai-dos-burros”. Fiquei com preguiça de ir ao quarto buscá-lo e resolvi, então, buscar o significado daquela que pra mim, naquele momento “não-devia-ser-nomeada” na internet mesmo. Amizade: (latim vulgar amicitas, -atis) s. f. 1. Afeição recíproca entre dois entes. 2. Boas relações. Voltarei a esse conceito mais à frente.
Desde a Antiguidade a amizade é considerada uma expressão de alegria. Montaigne já dizia que em uma amizade verdadeira, ele doa-se mais ao amigo do que ele quer que o amigo doe-se a ele. Já Aristóteles dizia que a amizade vem de uma escolha livre e recíproca.
É difícil escolher um amigo. O que incluir na “lista” de pré-requisitos para que alguém o seja? Gostos parecidos, legal, isso e aquilo. Putz! Como somos exigentes! É a mistura absurda de egoísmo e da própria exigência que nos faz dar (ou não) o pontapé inicial em tal relação.
Pelo fato de eu ser muito comunicativo, tenho bastante facilidade para criar novas amizades. Vejo bem quem eu quero que seja meu amigo e aposto o quanto eu puder enquanto estiver gostando de ter aquela pessoa por perto. Mas algo que sempre me passou pra trás é a história do “pra sempre”. Aprendi, depois de apanhar bastante, que aquela música que diz assim “... pra sempre, sempre acaba [...]” é a maior verdade do mundo.
Talvez pela minha falta de maturidade, há alguns anos, achava que seria amigo da galera da escola pro resto da minha vida, ou que meu melhor amigo nunca deixaria de ocupar esse “posto”. Imaginava que eles conheceriam minha namorada, iriam ao meu casamento, brincariam com meus filhos e que poderia contar com eles a qualquer momento. Hoje vejo o quanto meus pensamentos estavam errados.
Lembrar das zoações, das conquistas, dos dias em que viramos a noite dando e ouvindo conselhos, dos problemas solucionados com a ajuda deles dói. E dói muito. Rever essas pessoas que mantinham um contato direto com você, e não ter mais um diálogo consistente como havia antes me corrói por dentro.
Já tenho muita dificuldade para escolher uma camisa, nunca sei se quero a verde ou a branca, tenho também muita dificuldade para escolher uma comida, nunca sei se quero lasanha ou macarronada. Agora pensem vocês, a minha dificuldade para escolher um amigo... Tenho feito escolhas nos últimos meses que com certeza me trarão consequências no futuro. Mas tenho rezado e lutado para que eu apenas continue sendo feliz ao lado de quem quer que seja. Tenho, hoje, meu porto-seguro estabelecido em cima de poucas pessoas. Amo-os, não tenho vergonha de dizer isso. São, depois de minha família (que também é minha amiga), as pessoas com quem mais me preocupo.
Por fim, o que deixo para quem leu isso até aqui, é que uma amizade nunca vem separada do amor próprio. É necessário, antes de mais nada, estar bem consigo mesmo para conseguir estar bem com os outros. Bom, a vida não é mole e sabemos disso, mas quando há alguém pra te dar a mão e te incentivar a seguir em frente, tudo fica mais fácil. Paulo Pimenta.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Personalidade

Parem de buscar pessoas perfeitas e fórmulas certas. Chega de toda essa futilidade que lhes consome e de serem hipócritas até com vocês mesmos. CHEGA! Incrível não perceberem que todos são diferentes e que graças a isso, se tornam pigmentos da tela que é colorida a cada dia, a tela da vida. Seria tão feio e apagado uma pintura com apenas uma cor. O que faz essa tela vistosa é a quantidade de cores e formas diferentes formadas. Por isso, não sigam o fluxo, não tente ser igual ao outro. Você deve ter a certeza de que é bonito, legal, simpático, inteligente do jeito que você é. A sua personalidade é o que te diferencia dos outros, e quando essa não existe passamos a ser apenas mais um entre os demais.

Paulo Pimenta

Faz doer

Foi há algum tempo apenas

que sua presença passou a incomodar.

Incomodar aquele tolo menino ingênuo

que de tudo só queria te amar.



Passar horas e horas ao seu lado

mais difícil foi ficando.

Saber, de fato, que minha jamais seria,

foi o motivo de, por fim, ver meu coração se dilacerando.



Cada dia, mais e mais

suplico a Deus pelo seu esquecimento.

Mas acontece que só em pedir, tenho em ti meus pensamentos.



O sofrimento que tu me causastes

não destruíu meu sentimento,

Continuarei para sempre te amando, eu lamento.



Paulo Pimenta