quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fica comigo esta noite.

Me entrego ao cansaço e decido que irei dormir. Desligo o computador e me despeço de meus 'cyberamigos'. Vou à cozinha, pego um copo e o encho com bastante água gelada. Enquanto o copo enche, perco-me em meus pensamentos até perceber que a água transbordou o copo.
Recolho meus pertences: celular, fone de ouvido, caderno e estojo e encaminho-me para o quarto. Hoje o quarto é só meu, meu irmão não está aqui e, provavelmente, dormirá na casa de alguma mulher que aceitou seu déficit de beleza e superávit de azaração.
Solidão? Liberdade? Eu diria T-R-A-N-Q-U-L-I-D-A-D-E. Devemos tentar aprender a viver sozinho, depender dos outros sempre não é o mais indicado e além do mais, é na solidão que nos encontramos - como agora, por exemplo, que eu, prestes a dormir, gastei 15 linhas para contar o que fiz em dois minutos e meio.
Mas por favor, nunca se esqueçam que solidão demais endurece e dilacera o coração
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Paulo Pimenta

sábado, 4 de setembro de 2010

Eu reclamo, tu reclamas.

É, setembro chegou! As dificuldades e frustrações foram deixadas pra trás no impiedoso agosto. As pessoas até tentam, eu sei que tentam, mas o mês oito, sem nenhum feriado, sem nada-de-bom, é mesmo digno do nosso respeito? Aquele calor, aquela secura...
Mas o importante mesmo é que o atravessamos sem grandes perdas e desesperos.
Preste atenção: setembro bate à sua porta trazendo para você a lembrança de que sua listinha de planos feita no Reveillon tem apenas mais três meses para ser cumprida! Cuidado!
Dia desses estava pensando em como somos insatisfeitos. Os adjetivos com sentido negativo utilizados no início do texto foram apenas para que minha afirmação tivesse uma base.

- Menina do céu, não aguento mais esse clima seco. Meu nariz sangra todo dia, todo mundo fica suando no ônibus cheio, é um terror!
- Nossa coração, nem eu. Essa tal de “humildade” relativa do ar tá baixa mesmo né? Vi no DFTV de hoje. Que coisa né.
- Pois é. Lá em casa eu deixo os menino tudo se “banhá” de mangueira. Toda hora eu falo pra eles molharem a cabeça por causa do sol na muleira.
- Ainda bem que setembro já tá chegando e a seca vai embora de vez. Vem aquela chuva boa pra gente dormir gostoso.

Aí meus amigos, a época de chuvas, enfim, chega. E o que as pessoas fazem?

- Amiga você viu o tanto de estrago que essa chuva tá causando? Onti mesmo lá perto de casa uma árvore caiu em cima de um carro.
- Minha irmã, deixa eu te contar da maior. Tava eu, toda bonitona indo trabalhar de manhã, chovendo, aí todos os lugares que eu tinha que passar tavam cobertos de lama, me sujei todinha!
- Ixe! E o filho da patroa que bateu o carro por causa da pista molhada.
- Rum! Pior aconteceu comigo. Eu tava no ponto de ônibus e não me cabia lá dentro, fiquei ensopada! Fiquei indignada, esse governo não faz as coisas direito.

Quer saber mesmo o que nós somos? MAL AGRADECIDOS.
Gostamos mesmo é de reclamar, parece que está em nossa essência.
As pessoas, com a chuva, ficam menos amigas e hospitaleiras. Fecham a cara por tudo. Fazem aquela cara-de-metrô onde quer que estejam: olham fixamente pra frente, não dão abertura, não pensam em ajudar e só querem chegar ao destino final.
É como se elas achassem que fossem ficar molhadas para sempre. Como se a água que cai sobre elas, as penetrasse e as enchesse de sentimentos individualistas.
Mas a verdade é cada um carrega um pouco de sol dentro de si. Cada um espera apenas que a escuridão vá embora e deixe o clarão aparecer. Enxergar com os olhos do coração é a única maneira de deixar-se iluminado. As pessoas podem ser aquele sol da manhã, bem fraquinho, ou aquele sol de meio dia, super intenso. Basta que em seus âmagos, elas se deixem levar pelos astros dos bons ventos.

Paulo Pimenta