quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mililitros que valem uma fortuna.

Todos falam que há diversos tipos de amizade, que amizade pode ser considerada em níveis diferentes, coisa e tal. Pensando nisso, comecei a enxergar essa relação de proximidade com os amigos, bem metaforicamente: passei a ver meus amigos como líquidos. É, isso mesmo. Pode parecer loucura ou algo sem muita relevância. Mas se vocês levarem as situações ao âmago de suas emoções, perceberão e saberão – instantaneamente – qual amigo se encaixa em tal descrição. Vamos nessa.
Podemos começar nos enxergando como se fôssemos um copo d’água. Sendo assim, você é transparente, serve pra muita coisa, mostra qualquer coisa que apareça de diferente e algumas vezes se sente usado demais. Se prepare! Alguém vem à sua direção. É o suco. Vocês costumam se dar bem, geralmente agradam a todos. Uma combinação interessante. Mas tem um problema: vocês devem sempre estar em equilíbrio e estão cientes disso. Os dois devem se dedicar da mesma maneira. Quando isso não acontece, quando a água se doa mais, o sabor fica estranho, perde o gosto; quando o suco sai à frente, torna aquilo muito forte, tão forte que ninguém aguenta.
Há aquele amigo que é a Coca-Cola. Quando vocês estão juntos ninguém percebe que são diferentes, ou que há um acréscimo de água no refrigerante. Mas lá dentro, quem prova de vocês não aprova, perde o gosto. É algo sem sabor, sem gás, é algo para “inglês ver”, para fazer cena. Temos também o amigo que é óleo. Vocês formam uma imagem bonita e tudo mais. O problema é que, mesmo você aceitando ficar por baixo, deixar que ele chame mais atenção, ele não quer se misturar com você, e isso faz sair bolhas de tanta frustração.
Bom, e por fim, há aquele amigo que é exatamente como você. É, é outro composto por água. Como se fosse naquelas histórias onde tudo parece impossível, aquelas que você nunca imagina encontrar alguém tão parecido com você. Vocês se juntam e formam um só do mesmo; se separam e voltam a ser vocês mesmos. Ao se unirem, são capazes de transformar várias coisas, desde sólidos em líquidos até líquidos em sólidos. São capazes, acima de tudo, de permanecerem unidos mesmo com algo que posso vir a atrapalhá-los. Qual líquido você é? E qual você quer ser? Vamos correr atrás do tempo perdido, buscar viver de uma maneira diferente, afinal, neste caso, é completamente permitido chorar pelo leite derramado.
P.S.: Amigos, obrigado por tudo. Amo vocês, de verdade.

Paulo Pimenta

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