Leia-me.

Fui aquele menino franzino, típico “canela-joelho-canela”, aquele que aos cinco anos já sabia ler e escrever. O escolhido para ser ajudante das professoras e ganhador das camisas e certificados de aluno destaque. Já cai de cara no chão, fechei a gaveta no meu dedo, levei dentada na cabeça e tomei choque no poste. Aos nove anos, tentei escrever um livro junto de mais três amigos, mas não deu muito certo (pena que não tínhamos maturidade suficiente para levá-lo à frente). Já quis ser ator, juiz, advogado e professor. A área de exatas e de saúde nunca me chamaram a atenção, muito pelo contrário, me assustavam cada dia mais e mais. Fui obrigado a aprender a lidar com o sentimento de perda muito cedo, quando meu pai foi chamado à morar lá em cima. Vi, naquele momento, meus sonhos indo embora junto dele. Mas por obra de Deus, novos sonhos passaram a frequentar minhas noites. Sempre rodeado de amigos, os simples momentos tornam-se grandes recordações em frações de segundos. Já fui coroinha, já fiz natação e vôlei. Já passei todo o meu aniversário em um aeroporto e já conheci pessoas de todos os continentes. A competitividade sempre me desafiou, e como resultado, as competições de dança e os melhores projetos sempre guardavam meu nome. Já falhei em muitas coisas nesses dezessete anos, mas com certeza, jamais teria me tornado quem sou hoje, senão por meio dos meus erros.
Hoje sou estudante de Jornalismo e Letras. Alimento o sonho de ser correspondente internacional como alimentam uma fera. A televisão, de fato, me fascina. Formado em inglês, falante do Espanhol e do Italiano mais básicos (aquele “pero que sí, pero que no”, e do “buona sera”) e o mesmo garoto competitivo e criativo de antigamente. Continuo sendo estabanado e cercado de pessoas legais. Vivo com os pés no chão e apesar da minha pouca idade sei dos prazeres e dos perigos que a vida nos oferece. Meu nome? Paulo Henrique Pimenta da Silva, o Paulo Pimenta.